domingo, 23 de setembro de 2012

Classes C, D e E usam mesmos serviços pessoais da A

O uso de serviços pessoais, como cabeleireiro, manicure, estética, academia de ginástica e conserto de roupas, entre outros, é elevado e está disseminado entre todos os estratos sociais, dos mais ricos aos mais pobres. Entre 84% e 91% das famílias de menor renda, das classes C, D e E, usam hoje esses serviços. Nas classes de maior poder aquisitivo, A e B, esse indicador varia entre 92% e 95%, aponta a pesquisa sobre o perfil de consumo das famílias brasileiras, realizada pela Kantar Worldpanel.
"O porcentual de uso dos serviços pessoais é muito parecido entre os diferentes estratos de renda", afirma Christine Pereira, diretora comercial da empresa de pesquisa. Em três anos, entre 2009 e 2012, cresceu três pontos porcentuais, de 86% para 89%, o total de domicílios brasileiros que declararam usar esse tipo de serviço. E, praticamente, houve aumento no uso de serviços pessoais entre todas as classes de renda.
Movimento semelhante, porém restrito às classes de maior poder aquisitivo, ocorreu entre 2009 e 2012 com serviços de empregada doméstica. Em 2009, por exemplo, 35% das famílias das classes A/B1, com renda média mensal de R$ 5.666,20, tinham empregada doméstica. Esse índice para as famílias da classe B2, com renda média mensal de R$ 3.668,10, era de 9%. Hoje, esses indicadores subiram para 47% e 14%, respectivamente.
A pesquisa, baseada em coletas semanais em 8,2 mil domicílios de todo País, revela que as classes de menor renda não contratam serviços domésticos e, na maioria das vezes, são elas as prestadoras desses serviços.
A maior demanda por serviços domésticos e pessoais, puxados inclusive pelos estratos mais pobres da população, cria uma certa resistência à queda da inflação dos serviços. No Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a medida oficial de inflação apurada pelo IBGE, os preços dos serviços são tidos como vilões da inflação. No ano até agosto, a inflação dos serviços foi de 5,72%, enquanto o IPCA acumula alta de 3,18%. Em 12 meses até agosto, os serviços ficaram 8,78% mais caros. Já no mesmo período, a inflação oficial aumentou 5,24%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Conar adverte TIM por chamar Vivo de "morto" em propaganda

O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) advertiu a TIM por um anúncio veiculado em um jornal da Baixada Santista (SP) em que a empresa teria chamado a Vivo, sua principal concorrente, de "Morto". Antes mesmo de julgar o caso, o Conar solicitou a retirada imediata do anúncio.

Segundo o conselho, na última quinta-feira a TIM fez um anúncio publicitário em que colocava as condições do plano "TIM Fixo Ilimitado", comparando-as com a de concorrentes. Contudo, no espaço reservado para colocar o nome da empresa concorrente o anúncio trazia escrito a palavra "Morto". Sentindo-se atingida, a Vivo resolveu levar o caso ao órgão regulador.

De acordo com o Conar, as campanhas publicitárias podem continuar sendo exibidas enquanto estão sendo julgadas, mas o relator responsável por este caso resolveu solicitar a sustação do anúncio em caráter liminar assim que recebeu a reclamação. Ao receber a recomendação a TIM afirmou ao Conar que o anúncio seria retirado mesmo sem a solicitação.

Além disso, a empresa disse ao Conar que a campanha foi veiculada sem autorização do departamento de marketing da TIM, mas não informou quem foi o responsável pelo anúncio no jornal.

Em nota, a TIM reforçou que o anúncio veiculado na Baixada Santista não foi aprovado pela área de marketing da companhia. "A TIM já contatou o parceiro WB/Cell, que produziu e veiculou o anúncio, determinando a imediata suspensão da sua veiculação e uso", diz o comunicado. A operadora diz ainda concordar e apoiar a decisão do Conar.

sábado, 8 de setembro de 2012

Entrevista:" Logo da Copa do Mundo fará mal ao branding do Brasil"


A Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 colocarão, como todos já sabem, os olhos do mundo sobre o Brasil. Será, portanto, uma grande oportunidade para o país – e suas empresas – mostrarem aos quatro cantos suas marcas e ganhar com isso.
Mas, segundo o publicitário Luis Grottera, CEO da Brandia Central do Brasil e ex-presidente da TBWA\BR, os dois eventos se contrapõem no trabalho de branding. Enquanto os Jogos Olímpicos caminham para o sucesso, a Copa do Mundo dá sinais de fracasso.
- A logomarca da Copa do Mundo é simplesmente horrorosa, diz nesta entrevista ao Poder Econômico.
Poder Econômico – Qual o gap entre branding no Brasil e nos EUA? Em quantos anos veremos uma empresa brasileira no estágio atual de uma Apple, por exemplo?
Luis Grottera – O centro de branding do mundo – onde ele está mais desenvolvido – é o eixo Londres e Nova Iorque. O Brasil, hoje, tem uma estrutura de comunicação fortemente dirigida para a mass media, que favorece prioritariamente as agências de publicidade. O branding em si ainda não se desenvolveu o quanto deveria, mas pouco a pouco já podemos perceber alguns avanços. Em quantos anos veremos uma empresa brasileira se equiparando aos padrões da Apple? Pode parecer absurdo, mas não acho que estejamos tão longe – claro, não no mesmo segmento de mercado, porque tecnologia ainda não é o forte do Brasil. Do ponto de vista exclusivamente do branding, temos como um ótimo exemplo a marca Havaianas. Trata-se de uma empresa que se desenvolveu fortemente a partir dos conceitos de branding e, hoje, tem um posicionamento, tanto no país como no exterior, bastante solidificado. É um case de sucesso espetacular.
Poder Econômico – Em geral, como se posicionam as marcas brasileiras com relação a branding?
Luis Grottera - As empresas brasileiras estão em fase primária de conhecimento do que seja, de fato,branding. Pouco a pouco, algumas empresas de elite – não obrigatoriamente as maiores, mas as que pensam mais no futuro em relação às que pensam de maneira mais atrasada – estão começando a conceber e entender o conceito de branding e diferenciá-lo da comunicação tradicional. Ainda é muito comum executivos do mercado brasileiro acharem que branding e publicidade são a mesma coisa ou, pior, que branding se limite a desenhar uma nova marca ou re-estilizar a atual quando, na verdade, o design da marca é apenas a ponta do iceberg. O que faz o branding ser uma metodologia do futuro e vitoriosa em todo o mundo é justamente o fato de que trabalha a alma da empresa, e não apenas seu visual. Hoje, as marcas precisam se fazer entender por tudo que elas transmitem, se comunicando, também, sem palavras.
Poder Econômico – Os grandes eventos como Copa e Olimpíadas podem ajudar as marcas brasileiras a ganhar projeção internacional? As empresas estão bem preparadas para isso?
Luis Grottera - Não tenho muita certeza do porquê isso aconteceria. O fato de o mundo inteiro estar olhando para o Brasil durante esses dois eventos significa que o Brasil vai estar em destaque, não necessariamente as empresas brasileiras. As marcas que estarão realmente em evidência são as marcas globalizadas, como Adidas, Mc Donald’s e Coca-Cola. Uma outra maneira de olhar esse assunto é pensando em termos de Place Branding – traduzindo, a criação da marca de um determinado lugar. Um evento desse porte, com transmissão global de televisão, é uma importante ferramenta de divulgação da cultura de um país – suas capacidades, pontos turísticos, e hospitalidade. Por muitos anos, essa imagem positiva, pujante e bonita, ficará na memória de centenas de milhões de pessoas mundo afora. Assim, só faz algum sentido sediar eventos desse porte se estiverem com os objetivos voltados para o Place Branding de seu país; ou seja, se tiverem como intuito desenvolver a marca do Brasil no exterior. Mas precisamos, antes, pensar a respeito: desenvolver uma marca do quê? O que queremos dizer sobre o nosso país? Antes de mais nada, temos que saber quais são os nossos ícones. A marca, no caso do Brasil, tem que ter a ver com um país que seja simpático, alegre, desenvolvido. Sim, um país emergente, mas desejando entrar no primeiro mundo.
Poder Econômico – E o branding para Copa e Olimpíadas está no caminho certo para esse objetivo?
Luis Grottera - Uma das maneiras mais eficazes de se passar essa mensagem é através da própria logomarca do evento. Nesse sentido, temos como um excelente exemplo a logomarca das Olimpíadas de 2016, que traduz o espírito brasileiro e está em linha com o que se vê de melhor no mundo. Na contramão, temos a logomarca da Copa do Mundo de 2014 – evento que mais terá audiência no exterior -, que é simplesmente horrorosa. Uma vergonha de feiura, de mau gosto, de antiestética e não conceitual, que certamente não fará bem algum ao branding do Brasil.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Nestlé e Samsung são as marcas preferidas da classe C

De olho na nova classe média brasileira, o Data Popular realizou um levantamento para verificar quais marcas se beneficiaram com o crescimento do consumo dessa fatia da população.

A pesquisa divulgada nesta quarta-feira, durante a 10ª edição do Congresso Nacional das Relações Empresa-Cliente (Conarec), apontou que a Nestlé é a preferida, sendo citada por 4,1% dos entrevistados, seguida por Samsung (3,9%) e Adidas (3,7%). Foram ouvidas 22 mil pessoas em 153 cidades pelo Brasil.

De acordo com o Data Popular, 54% dos entrevistados se preocupam com a marca dos alimentos, 47% consideram a empresa na hora de comprar computadores, 45% antes de adquirir o automóvel e 41% para eletrônicos. Porém, apenas 37% dos entrevistados afirmaram dar atenção à marca dos sapatos.

Segundo a pesquisa, existe uma diferença entre o gosto dos homens e das mulheres da nova classe média. Eles citaram marcas de tênis, roupas de esporte e eletrônicos, enquanto elas apontaram alimentos, cosméticos e roupas.

O Data Popular constatou que a classe média brasileira cresceu de 42% da população em 2004 para 53,9% em 2011, ganhando parte dos antigos pertencentes à classe D, que apresentou declínio de 41,3% para 31,1% no mesmo período. Conforme projeção do instituto, em 2014 a classe C será representada por 58,3% dos brasileiros, enquanto 26,8% estarão na D.

Entre 2004 e 2011, o crescimento no número de pessoas na classe C impulsionou as compras, fazendo com que a nova classe média atingisse R$ 1,03 trilhão em consumo no ano passado. A cifra corresponde a um crescimento de 228,3% nos gastos com produtos e serviços nos últimos sete anos.

O carrinho de compras da nova classe média também mudou de 2001 para 2012. A classe AB comprava 35 categorias diferentes de produtos, a C 27 e a DE 19 há 11 anos. Agora, a AB leva para casa 45 categorias, a C 42 e a DE 40.