O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) decidiu que a
campanha do Itaú, em que um bebê dá gargalhadas enquanto seu pai pica papel e o
banco oferece aos clientes o extrato eletrônico ao invés do de papel, não deve
ser alterada nem punida. Cabe recurso da decisão.
Na última quinta-feira, o órgão julgou a reclamação vinda de uma advogada
especialista em direitos do consumidor, em que pedia que a campanha alertasse
sobre a importância de os clientes conservarem seus documentos em papel por
cinco anos. Segundo o Conar, a advogada alegava que os papéis são necessários
para que o consumidor possa contatar o banco - e ter provas - caso passe por
algum problema com a instituição financeira.
O banco afirmou que a campanha oferece aos consumidores a opção de passar
a receber o extrato eletrônico ao invés do impresso. O banco disse ainda,
segundo o Conar, que os clientes que optarem pela via eletrônica têm direito de
receber via impressa, caso seja necessário, no período de dez anos.
Polêmicas
A campanha do Itaú já foi alvo de outras polêmicas. Em
fevereiro, a Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf) encaminhou uma
carta aberta à presidência do banco Itaú Unibanco questionando a campanha.
Conforme a associação, o discurso do comercial, de que a suspensão dos extratos
impressos contribuiria para um mundo mais sustentável, não condiz com as
características da produção de papel e celulose no Brasil, que segundo a
associação teria 100% de origem em florestas plantadas.
Segundo a Abigraf, na época, pelo menos dez entidades ligadas à cadeia da
comunicação impressa encaminharam cartas aos diretores do banco solicitando uma
revisão conceitual da campanha. Naquele mês, por meio da assessoria de imprensa,
o Itaú disse que não "desincentiva" o uso do papel.
A mesma campanha se envolveu em outra polêmica quando começou a ser
veiculada: o vídeo adaptado da internet deixava à mostra uma almofada cuja
estampa tem um desenho similar ao de uma folha de maconha. Nas redes sociais,
internautas comentaram sobre a intenção ou não de manter a imagem atrás da cena
principal. Em resposta, o banco fez outro vídeo que mostra uma entrevista com os
pais do bebê, que publicaram as imagens na internet.
No final, a entrevistadora pergunta ao casal se eles sabem da repercussão
sobre a almofada. A mãe do garoto diz que a almofada é apenas um objeto
decorativo que ela encontrou em uma loja e gostou, a mulher afirma ainda que
nunca imaginaria que o objeto geraria tanta polêmica. O pai afirma então que
eles nunca usaram drogas e por isso não reconheceram a semelhança. Ao final, o
casal afirma de modo bem humorado que ficaram chocados com a repercussão.
Fonte: www.terra.com.br
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